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Sala de aula: estrutura


Para começar leitura acerca do modo como configuramos nossas salas de aulas, observe as imagens abaixo, com atenção as datas que essas fotografias foram tiradas.



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Aula de costura para meninas (1885)



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Sala de aula (1921)




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Sala de aula (século XXI)



Não sei você que lê este post, mas sempre me choca olhar como as salas de aula do século XIX e do século XX são tão similares estruturalmente com as do século XXI. É comum entrarmos nas salas e nos depararmos com fileiras de carteiras, janelas fechadas, paredes que não dão vida ao lugar, dentre outros fatores.

Do século XIX para o período atual, ainda que a estrutura nos assuste, tivemos muitas mudanças como as metodologias utilizadas, a relação professor aluno que tende a ser mais humanizada, a tecnologia que avança a cada dia nas escolas e quem sabe o modo como olhamos para a educação.

Todavia, há muito ainda para revisar, problematizar, superar e ter forças para mudar. A estrutura da sala é um desses fatores. Trago abaixo duas propostas:

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O semicírculo ou o “U” permite que olhemos mais para os estudantes, é uma forma de fomentar um diálogo saudável e que nos remete inclusive ao aconchego. Afinal, em rodas de conversa, debates, reuniões familiares... é olho no olho.

Muitos enfatizam que é com as fileiras que conseguimos o silêncio dos estudantes, o que você acha? É o silêncio que buscamos? Ou são os períodos de reflexão? O silêncio e respeito devem existir, sem sombras de dúvidas, mas mudar uma estrutura que já é tão habitual pode provocar isso nos estudantes também.

O fator que pode ser mais problemático em realizar uma sala de aula dessa forma é justamente organizá-la, pois provavelmente ao chegar eles estarão em fileiras. Nesse caminho, um tempo da aula é retirado para essa organização, cerca de 5 a 7 minutos na primeira vez. Nas próximas você pode deixar combinado que quer a sala em círculo para quando chegar, eles tendem a resolver.

Os círculos são muito usados em uma metodologia conhecida como Práticas Restaurativas (logo vem texto dela por aqui). Essa indica que podemos mediar conflitos utilizando justamente os círculos. Talvez você se pergunte: “E é nossa função intervir em conflitos?” Nós vivemos fazendo isso! Ou ignoramos e perdemos a chance de aproximar a experiência dos estudantes com a prática/conteúdo que estamos ali para envolve-los.

Estratégias que alterem uma configuração da qual o estudante enxerga apenas a cabeça do outro colega e que permitam o avanço do diálogo podem auxiliar nossa prática. Elas são a solução ou garantia? Não. Vão funcionar todas as vezes? Não. Mas nosso trabalho é um constante “tentar” todos os dias. Mais dicas, inquietações e problematizações de uma professora também perdida aparecerão por aqui! Espero você.

 

  

REFERÊNCIAS:

ARRUDA. Amália Rosângela da Silveira. Prática Restaurativa: A valorização do diálogo na gestão escolar. Monografia (Lato-Sensu Especialização Gestão da Educação Municipal). Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria. 2016. p. 1-34

 

EDUCAETHOS. 7 formas de organização do ambiente da sala de aula. Disponível em: https://educaethos.com.br/organizacao-da-sala-de-aula/. Acessado em: 30 de junho de 2024

 

Imagens

Imagem 1921:   PIMENTEL, Márcia. A Covid-19 no contexto da história da Educação e da escola pública. Rio Prefeitura. 2021. Disponível em: https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/reportagens/17099-a-covid-19-no-contexto-da-hist%C3%B3ria-da-educa%C3%A7%C3%A3o-e-da-escola-p%C3%BAblica. Acessado em: 30 de julho de 2024

 

Imagem 1885: NETO, Pedro José de Carvalho. A Educação no Brasil nos Séculos XX e XVI. Lemad- História. S.d. Disponível em: https://lemad.fflch.usp.br/node/5285. Acessado em: 30 de julho de 2024

 


Publicado dia 30 de julho de 2024

Por Daniela Melo Rodrigues

 

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